
X diz que seu retorno ao Brasil após a proibição foi ‘involuntário’.
Alguns usuários do X no Brasil disseram que podem acessar novamente a plataforma de mídia social, segundo informações obtidas pela BBC.
Isso ocorre após o serviço, anteriormente conhecido como Twitter, ter sido proibido no país no final de agosto.
A mudança foi possível depois que a empresa, que pertence ao bilionário da tecnologia Elon Musk, passou a usar servidores hospedados pela Cloudflare, de acordo com a ABRINT, principal associação de provedores de internet do país.
Um porta-voz do X disse à BBC que a restauração da plataforma no Brasil foi “involuntária” e ocorreu após a troca do provedor de servidores.
“Embora esperemos que a plataforma volte a ser inacessível no Brasil em breve, continuamos trabalhando com o governo brasileiro para retornar muito em breve para os brasileiros”, acrescentou o porta-voz do X.
A agência de telecomunicações do Brasil, Anatel, não respondeu a um pedido de comentário.
A ABRINT disse na quarta-feira que o novo sistema usava protocolos de internet dinâmicos (IPs) que mudam constantemente. Em contraste, o sistema anterior dependia de IPs específicos que poderiam ser bloqueados com mais facilidade.
Basílio Rodriguez Pérez, conselheiro da ABRINT, disse que esses IPs dinâmicos também poderiam estar vinculados a serviços essenciais dentro do Brasil. “Muitos desses IPs são compartilhados com outros serviços legítimos, como bancos e grandes plataformas de internet, tornando impossível bloquear um IP sem afetar outros serviços.”
Isso inclui o PIX, que milhões de brasileiros usam para fazer pagamentos digitais.
Alguns especialistas dizem que a Cloudflare está bem posicionada para ajudar o Brasil a reforçar a proibição. “Na verdade, acho que a proibição seria ainda mais eficaz se a Cloudflare realmente cooperasse com o governo”, disse Felipe Autran, advogado constitucional em Brasília, capital do país. “Acho que eles vão cooperar, já que são um grande provedor para muitas empresas brasileiras e também para o governo.”
A Cloudflare se recusou a comentar quando contatada pela BBC.
A plataforma foi proibida no país no mês passado após não cumprir o prazo estabelecido pela Justiça para nomear um novo representante legal no país.
Ele acrescentou que indivíduos ou empresas que ainda estiverem acessando o X usando redes virtuais privadas (VPNs) podem ser multados.
No entanto, a ordem do Supremo Tribunal Federal brasileiro afirma que apenas aqueles que acessarem a plataforma por meio de VPNs podem ser multados. “Hoje, ninguém está usando qualquer método para acessar o Twitter, além de digitar o endereço em seu computador ou usar o aplicativo”, disse Autran, o advogado brasileiro. “Não acho que o Supremo Tribunal Federal possa processar alguém por isso.”
Isso marcou o desenvolvimento mais significativo em uma disputa entre o ministro do Supremo Tribunal Alexandre de Moraes e Elon Musk, que começou em abril, quando o juiz ordenou a suspensão de dezenas de contas do X por supostamente espalharem desinformação.
Em sua decisão de agosto, o ministro Moraes deu às empresas, incluindo Apple e Google, um prazo de cinco dias para remover o X de suas lojas de aplicativos e bloquear seu uso em dispositivos iOS e Android.
O Brasil é considerado um dos maiores mercados para a rede social de Musk.
“Quando se trata de mídias sociais, fomos muito claros ao dizer que acreditamos que as pessoas devem ter acesso às mídias sociais. É uma forma de liberdade de expressão”, disse Karine Jean-Pierre, secretária de imprensa, em resposta a uma pergunta de Raquel Krähenbühl, repórter do veículo brasileiro TV Globo.
Musk respondeu à declaração no X, escrevendo: “Inesperado, mas apreciado”. Na segunda-feira, a Casa Branca havia chamado Musk de “irresponsável” por postar um tweet questionando por que “ninguém está nem tentando assassinar Biden/Kamala”, tweet que ele posteriormente deletou.
fonte: BBC
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